"Motiva-nos ouvir Casillas falar do ADN de campeão"
Raúl Jiménez, uma das lanças que desbravam o caminho da águia, recebeu O JOGO no Seixal. Em entrevista exclusiva, opta por um discurso pleno de humildade, mas sem perder de vista a ambição de mostrar que o tricampeão tem qualidade para voltar a fazer a festa do título. Para já, passou o Natal na poltrona da liderança sobre uma almofada de quatro pontos de vantagem para o FC Porto, com os cinco golos do mexicano na Liga a revelarem-se decisivos na conquista direta de cinco pontos.
O vosso grande adversário neste campeonato é o FC Porto, o Sporting ou os dois?
-Todos! Não há que tirar mérito ou valor a ninguém. Nuns jogos pode-se pensar que se ganha fácil, mas por vezes esses são os que se tornam mais complicados. Aconteceu-nos na época passada, por exemplo contra a Académica [em Coimbra], onde nos custou imenso ganhar. E ainda agora há pouco tempo se viu algo parecido frente ao Estoril. Há equipas que no papel podem não ser grandes como Benfica, FC Porto ou Sporting, mas todas vão querer dar luta, e muitas organizam-se bem defensivamente, dificultando a nossa entrada na grande área. Temos de jogar contra todos da mesma maneira para ganhar.
Nesta época, o Benfica somou quatro pontos em dois clássicos. Na temporada passada, fez apenas três pontos em quatro clássicos. Como se explica esta melhoria? Competência, mas também sorte?
-Temos de juntar tudo. Lembro-me de que na época passada perdemos em casa do FC Porto nos últimos minutos. Desta vez calhou sermos nós a marcar o golo do empate no fim. Há pormenores que numas ocasiões correm de feição, noutras nem tanto. Na época passada, tivemos alguns descuidos no jogo que perdemos com o Sporting no Estádio da Luz - em 30 minutos sofremos três golos. Percebemos que essas coisas não podem acontecer neste tipo de encontros, e agora fizemo-lo bem.
O Benfica entra em 2017 na frente do campeonato. Os jogadores sentem mais a pressão de liderar ou de perseguir?
-Não tem de haver pressão, mas sim confiança de que somos capazes de nos manter ali. E temos jogadores com qualidade. Esteja no campo, no banco ou na tribuna, qualquer um pode acrescentar um pouquinho do que se precisa para conquistarmos pontos e remarmos para o mesmo lado.