Liga dos Campeões: Zenit 1-2 SL Benfica
Com um golo de vantagem na bagagem levada até São Petersburgo, o Benfica foi uma equipa personalizada, apesar das mudanças que foi obrigado a fazer no plantel.
Na baliza, o jovem brasileiro Ederson de 22 anos que fazia o seu primeiro jogo na Champions; uma defesa remendada, com Samaris adaptado a central ao lado de Lindelof, um miúdo que jogava na equipa B há três meses, com as alas entregues a Eliseu e Nélson Semedo; Meio campo com Fejsa a fechar, reforçado com Renato Sanches, Pizzi e Gaitán; na frente, duas setas apontadas à baliza de Lodygin, Jonas e Mitroglou.
A equipa soube aguentar o ímpeto atacante do adversário, foi para o intervalo com a eliminatória a seu favor, aguentou a pressão contrária, não se deixou ir abaixo após sofrer o golo que deixava a eliminatória empatada e ainda teve forças para dar a volta e vencer.
Um golo de Talisca e outro de Gaitán deram a segunda vitória ao Benfica em solo russo, apurando-se para os quartos-de-final da Liga dos Campeões, o que acontece pela quarta vez desde que a prova foi remodelada.
Primeira metade equilibrada, mas com um Benfica com sinal mais, muito ciente daquilo que tinha de fazer… Carácter, inteligência, qualidade e muito coração!
Aos 5’, primeira oportunidade de golo, com Jonas a converter um livre muito perigoso, para defesa atenta de Lodygin; o mesmo Jonas que aos 12’ tentou novamente a sorte, só que desta vez o remate saiu ao lado.
Aos 7’, primeiro remate dos russos, com Dzyuba a atirar ao lado; aos 19’, grande jogada do coletivo “encarnado”, com Renato Sanches a afinar a pontaria, pontaria que não faltou a Nélson Semedo (31’) mas à figura do guardião adversário.
Ainda nos primeiros 45’, mais uma oportunidade de inaugurar o marcador, só que Ederson foi enorme! Hulk serve Dzyuba, mas o jovem guardião “canarinho” saiu com coragem e disse não. Ao intervalo o nulo mantinha-se!
Segunda metade a começar com equilíbrio, contudo, com o Zenit em desvantagem, a pressão russa intensificou-se, com os comandados de André Villas-Boas a darem o tudo por tudo, perante umas “águias” que, de forma pragmática e muito coração, foram resolvendo.
À passagem da hora de jogo, o encontro partiu-se… com o Zenit, primeiro por Smolnikov, depois através de Dzyuba a ter soberanas oportunidades. Jonas respondeu… mas aos 69’ foi o árbitro húngaro, Viktor Kassai, quem se tornou o protagonista maior!
Zhirkov atropela Nélson Semedo, vai à linha e cruza para Hulk cabecear para o empate! Golo irregular, precedido de falta claríssima, com o árbitro a validar...
Eliminatória empatada…mas a reação do Benfica não se fez esperar, Lindelof, minutos depois, de cabeça, por muito pouco não colocava as “águias” novamente em vantagem…. Não colocou o sueco, colocou o argentino!
Minutos 85’, Raúl dispara de longe para defesa incompleta, com Gaitán – oportuno – a cabecear para o golo da justiça, para o golo que coloca o Bicampeão português na fase seguinte da prova.
Se havia dúvidas de quem merecia seguir em frente, Talisca no último minuto do tempo de compensação, respondeu brilhantemente com um golo a selar a vitória.
O Benfica conhecerá o adversário dos quartos de final da mais prestigiante prova de Clubes do Velhinho Continente na próxima sexta-feira, dia 18 de março, num sorteio que terá como palco Nyon (Suíça).
Querer, garra e ambição. Ederson voltou a mostrar segurança e, por agora, ninguém se lembra de Júlio César. Negou o golo a Dzyuba em duas ocasiões e outro a Smolnikov.
Lindelof terá feito o seu melhor jogo pelo Benfica, mesmo sabendo que teve de marcar um "pinheiro" de 1,96 metros. Samaris fez bem o seu papel na defesa, Fejsa segurou o meio-campo, Renato Sanches levou a equipa para a frente quando era preciso, com as suas arrancadas. Gaitán deu profundidade quando era preciso e ainda fez um golo e uma assistência. Talisca e Jimenez saltaram do banco para serem eficazes e felizes. O primeiro fez o 2-1 nos descontos, o segundo fez o remate do meio da rua aos 85 minutos que Lodygin defendeu para a barra antes da recarga vitoriosa de Gaitan.
Uma palavra para Rui Vitória. Tem potenciado o que há de melhor no Seixal, lançando jovens na equipa principal, não se tem queixado de lesões e, com a sua humildade, lá vai levando a "água ao seu moinho". É o treinador do Benfica com mais vitórias (5) numa só edição da Liga dos Campeões, igualou o registo de Jimmy Hagan (1972/73) como treinador do Benfica com mais vitórias fora (10) de forma consecutiva numa época e tem a melhor média de golos de sempre dos "encarnados" na Liga dos Campeões.