Dublin à nossa espera

Vamos agora ter pela frente o Paris Saint-Germain,que em 2007 eliminámos. As duas equipas subiram, consideravelmente, de potencial de então para cá, mas mesmo tratando-se de um adversário difícil (certamente mais difícil que o Estugarda), não será propriamente um “tubarão” impossível de ultrapassar.
Olhando aos valores individuais, talvez até seja possível atribuir algum favoritismo ao Benfica, sendo esse, porém, um exercício absolutamente redundante numa eliminatória desta natureza. Seja como for, a equipa de Jorge Jesus tem todas as condições para seguir em frente, repetindo assim a presença nos quartos-de-final da prova.
Estaremos, pois, confrontados com um dilema semelhante ao da temporada passada, mas agora num plano simetricamente invertido. No momento actual, julgo que, a ter de estabelecer prioridades para o que resta da temporada do Benfica, elas deveriam ser canalizadas para a frente europeia.
Escrevo isto porque tenho a profunda convicção de que, apostando anímica e fisicamente todas as suas energias nesta prova, o Benfica poderá ganhá-la. E ganhar uma Liga Europa seria, mais do que qualquer triunfo intra-muros, o devolver do Clube aos andares cimeiros da sua história, e o cumprimento do destino para que nasceu.
Seria, também,o prémio justo para uma fantástica equipa construída e trabalhada por Jorge Jesus, e o corolário de um percurso de recuperação institucional e desportiva desenvolvido pelo Clube na última década, do qual a figura do presidente Luís Filipe Vieira não pode, obviamente, ser dissociada.
Tanto um como outro, bem mereciam um título europeu. Não menos o merecia o povo benfiquista, sobretudo aqueles que, como eu, já não chegaram ao Mundo a tempo de ver José Águas com a Taça dos Clubes Campeões Europeus nas mãos.