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O Maior Clube do Mundo

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Retrospectiva 2010: Futebol

04.01.11, João Silva

 

O ano futebolístico do Benfica foi claramente marcado pela conquista do título nacional, algo que nos fugia havia já quatro longas temporadas. Ninguém esquecerá tão cedo aquele dia 9 de Maio, quando recebemos e vencemos o Rio Ave, dando então começo a uma noite de festa de arromba por todos os cantos do mundo lusófono.

 

Mais do que a vitória em si, a forma eloquente como foi conquistada, o magnífico futebol praticado, a diferença esmagadora cavada para os tradicionais rivais (apenas disfarçada por um surpreendente Sp. Braga), trouxeram-nos de volta uma ideia de Benfica sob a qual muitos de nós nasceram e cresceram: um Benfica de classe, superior a tudo e a todos, capaz de galvanizar plateias e de arrasar opositores. Ou seja, um Benfica verdadeiramente “à Benfica”.

 

Tratou-se, de facto, de um triunfo inesquecível,daquela que foi, porventura, a mais empolgante equipa benfiquista, e uma das mais empolgantes do futebol português lactu

sensu, nas últimas décadas. Com uma defesa de betão, onde a sobriedade e a eficácia de Luisão contrastaram com o estilismo de David Luiz, e onde o pulmão e a raça de Maxi Pereira complementaram a acutilância de Fábio Coentrão; com um meio-campo simultaneamente seguro por um muro chamado Javi García, e criativo por via do inesgotável talento de Pablo Aimar, Ramires e Di María; e com um ataque demolidor, onde Saviola e Cardozo formaram a dupla ideal; com um banco de luxo de onde saltavam craques como os internacionais Carlos Martins, Ruben Amorim ou Nuno Gomes, o Benfica 2009/10 foi uma equipa praticamente perfeita.

 

Os sócios corresponderam, e só por uma vez, em todo o Campeonato, o Estádio da Luz registou afluência inferior a 40 mil pessoas, alcançando uma média global superior a 50 mil.
Se o campeonato se traduziu numa manifestação de total ascendente benfiquista, que dizer da Taça da Liga, competição na qual arrasámos o Sporting em Alvalade (4-1) nas meias-finais, e o FC Porto (3-0) na final algarvia? Concretizámos assim uma espécie de “dobradinha”, cujo merecimento acabou por ser reconhecido por todas as pessoas de boa fé no nosso país.

 

Só a Liga Europa nos escapou. A necessidade de apostar fortemente na conquista do campeonato retirou-nos a frescura e a clarividência que as fases mais adiantadas da competição europeia exigiam, e o sorteio também não nos foi muito simpático quando, com Standard de Liege,Fulham ou Wolfsburgo ainda em prova, nos pôs pela frente o experiente Liverpool - com o qual discutimos a passagem às meias-finais até aos últimos dez minutos do desafio da segunda-mão. Ainda assim ficou a marca de uma presença bastante positiva, onde caíram alguns recordes, nomeadamente de número de jogos, de vitórias e de golos obtidos numa só temporada internacional.

Óscar Cardozo foi o melhor marcador de uma prova da qual a grandiosa vitória em Marselha terá sido o ponto mais significativo.

 

Em 2011 há muitas coisas para ganhar, e há ainda espaço para reavivar o espírito da época transacta.
Assim a equipa consiga voltar à regularidade exibicional que marcou os primeiros seis meses do ano, e assim os benfiquistas lhe continuem a emprestar o apoio de que sempre mostraram ser capazes.

 

Fonte: Jornal "O Benfica"