Última grande entrevista a José Torres
Bom Gigante será sempre símbolo de mística
Avançado centro de grande eficácia no jogo aéreo é o melhor cabeceador na história do futebol português, conseguindo no Benfica o recorde de 116 golos após remates de cabeça, ultrapassando os 109 golos de José Águas!
“Abre-nos a porta e a gente fica com a sensação de que a porta é pequena demais para ele. Talvez não seja, mas nestas coisas das imagens a memória não perdoa, regista-as e pronto, é como se continuássemos a vê-lo, meio debruçado, meio curvo, claro que não era da porta, era dele mesmo, foi o tempo que o encurvou como costuma fazer, geralmente, a todos nós, encurva-nos, às vezes apenas por fora, outras até por dentro. Uma cadelinha nervosa saltita em volta dos seus calcanhares, ele empurra-a para um recanto confortável com carinhos de bondade, tem sempre um toque afável nos gestos e na voz, deve ter sido por isso que lhe chamavam o “Bom Gigante”, à medida que desfia o rol inesgotável das lembranças fala sem azedumes de tanta gente que ainda vive e de outra tanta que se foi, não existem nas suas frases palavras impróprias ou acusações amarguradas, aqui e além um arremedo de desilusões, quem não as tem?, mas mesmo esses saem-lhe com naturalidade, sem raiva e sem desprezo.”
Entrevista na íntegra na edição desta sexta-feira do Jornal 'O Benfica'