A fazer um grande arranque de temporada no Al Hilal (10 vitórias em 10 jogos), Jorge Jesus voltou a falar à comunicação social portuguesa, sobre… Luís Filipe Vieira.
Em declarações ao jornal O Jogo, o técnico encarnado mais titulado (10 troféus) da Era Vieira deixou vários elogios ao dirigente das águias, que considera ter sido o grande responsável pela reabilitação do clube.
«É um Presidente a tempo inteiro para o clube. Está sempre em cima do acontecimento. Recuperou o Benfica desportiva e financeiramente, transformando-o num clube moderno. (…) É um grande líder, sempre muito próximo dos jogadores e da estrutura», afirmou o treinador de 64 anos.
Ao jornal O Jogo falou também Quique Flores, antigo treinador dos encarnados. O técnico espanhol considera que Luís Filipe Vieira é um «Presidente especial e duro, mas com sensibilidade», que entende de futebol e que «sabe o que quer e como quer». Nas suas curtas declarações, o timoneiro de 53 anos abordou, igualmente, a sua passagem por Portugal.
«É um dos melhores presidentes com quem trabalhei. Os anos passaram, mas continuamos com uma boa relação. Entendi o que queria, mas não tivemos a possibilidade de comprar muitos jogadores. Foi um ano de transição em que contratámos o Aimar e outros jogadores secundários e não conseguimos o primeiro lugar. Depois, o clube contratou jogadores importantes e deu um salto qualitativo para colocar o Benfica num grande patamar», confessou.
Na véspera de completar 15 anos como presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira concedeu à TVI uma grande entrevista em que abordou uma série de temas do passado, presente e futuro do Clube. E fez diversas revelações...
TELEFONEMA ESCLARECIDO
“Vender Rui Vitória [em dezembro de 2017]? Não. Normalmente quando fazemos um contrato com um treinador é para cumprir. Primeiro do que tudo dizer que é de estranhar como aparece uma conversa destas [com um empresário] na Comunicação Social. Disseram-me quais eram as condições e o Benfica disse qual era a cláusula de rescisão, e tudo o que seja para melhorar a vida do nosso treinador… Rui Vitória conhecia a proposta [do Everton], era muito superior à do Benfica. Manifestou-me que não queria sair e que queria levar o projeto até ao fim. Havia um conhecimento do processo através do seu empresário. Clarificámos um com o outro, está mais do que clarificado. Pelas condições que me disseram que ele iria fazer o contrato, não era eu que lhe iria cortar as pernas, nunca o fiz. A diferença de vencimentos era oito vezes mais.”
RUI VITÓRIA “É O HOMEM CERTO”
“Há hoje uma grande injustiça em relação a Rui Vitória... Nos dois primeiros anos de Benfica, conquista seis títulos; é campeão com o recorde de pontos: 88; vai aos oitavos e quartos de final da Liga dos Campeões. Tem feito um trabalho fantástico, consegue ter equipas competitivas, lançando sempre jogadores da formação. É o homem certo para o projeto que o Benfica quer. Por minha vontade, será o treinador do Benfica até ao final do contrato. Tem havido um tipo de crítica a Rui Vitória que ele não merece. O Benfica vive pelos seus meios e não quer ser amarrado financeiramente. Continua a investir no Caixa Futebol Campus, porque ali produzem-se verdadeiros campeões. Rui Vitória é o treinador mais indicado para continuarmos a desenvolver este projeto. Além dos jogadores lançados, temos previstos mais três ou quatro para a próxima época. O Benfica não pode andar aos ziguezagues, ao sabor dos resultados. O Benfica está a preparar-se para dominar o futebol português. Queremos ganhar e é com Rui Vitória que vamos ganhar.”
PRESENTE E FUTURO PASSAM PELO SEIXAL
“Todo o nosso projeto assenta no Seixal. As pessoas têm de entender que o Benfica não deverá fazer o que fez no passado. Temos de ganhar com os talentos e já provámos que podemos ganhar com eles. Nesta altura estamos a reter os talentos. Não saem a não ser pela cláusula de rescisão. Imagine que tínhamos conseguido reter os outros talentos que saíram... Já temos a base da Seleção Nacional. Se tivermos ofertas de 20/25 milhões de euros, não deixamos. Tivemos ofertas de 40 milhões e 35 milhões nesta época e não vendemos. Qualquer jogador que entre na primeira equipa do Benfica é logo blindado com cláusulas de rescisão elevadas. Gedson renovou e João Félix também vai renovar. Se tivéssemos ganho ao FC Porto… Não ganhámos por um detalhe, mas fomos competitivos, estivemos na luta até ao fim. Quando um jogador recebe uma proposta 2,5 milhões de euros limpos [por ano], como é que se retém este jogador? A única hipótese de sonhar com uma conquista europeia é retendo talento. Há jogadores com 10, 11 e 12 anos de Benfica e podem ficar mais dois ou três anos para irem ao encontro à ambição do Benfica, que é fazer um determinado trajeto na Europa. Depois, poderão sair.”
MOMENTO DESPORTIVO
“Compreendo que as pessoas ficassem frustradas com o jogo que perdemos com o Belenenses. Lenços? O que mais me aborreceu foi ver pessoas a sair ao intervalo. Espero que continuem a apoiar como têm apoiado. Ainda no jogo com o Ajax estavam lá 3000. Na hora da derrota temos de estar juntos, porque só juntos ganhamos. Foi sempre assim. São os Sócios que contagiam e arrastam para os êxitos. Num momento negativo não se pode pôr tudo em causa, porque aquilo que se fez até hoje custou muito a fazer. Há 17 anos, o Benfica partiu com um endividamento de 365 ou 370 milhões de euros. Hoje tem 150 milhões de euros de dívida pelos empréstimos obrigacionistas. É autossuficiente há quatro anos. A grande maioria dos Benfiquistas reconhece o trabalho feito e que estamos a fazer. O Benfica está a recuperar os seus capitais próprios e há de continuar a fazê-lo. Temos uma equipa supercompetitiva para o futebol português e a Europa está em aberto. Só peço às pessoas que acreditem e nos apoiem.”
CASOS E REPUTAÇÃO
“Os nossos principais parceiros têm renovado contrato connosco. A Emirates renovou, outro vai renovar, porque as pessoas sabem a gestão que fazemos e acreditam.”
PARCERIAS
“Vamos ser uma realidade na China, nos Estados Unidos e noutros países. Perguntaram ao Benfica se estaria disponível para gerir um clube em Inglaterra. Estamos a estudar isso. Hoje há uma procura muito grande, as pessoas querem falar com o Benfica porque, na realidade, somos um sucesso na Europa. Dentro de pouco tempo vamos ter uma boa notícia para os Benfiquistas, uma bomba...”
PAULO GONÇALVES
“Em relação ao que se passou num primeiro momento, nada sabíamos. A juíza não decretou medidas de coação. O Paulo Gonçalves não queria continuar na SAD do Benfica. Eu e a Direção reunimos e, por unanimidade, decidimos que deveria ficar. Num segundo momento, constituído arguido, o Paulo Gonçalves foi ter connosco, disse que não tinha condições para continuar no Benfica e que queria dedicar-se à sua defesa. O que é mau para o Benfica é que o Clube perdeu um grande profissional na área dele. Tudo o que o Benfica ganhou foi dentro de campo com o seu suor.”
VITÓRIAS DENTRO DE CAMPO
“Se se provar que o Benfica ao longo destes 15 anos cometeu atos menos lícitos que levassem à corrupção, eu demito-me imediatamente.Estive sempre na primeira linha pela defesa da verdade desportiva, mas estamos num País em que há muitas denúncias anónimas. Não digo mais nada sobre os processos que estão em segredo de Justiça. Ganhámos sempre dentro do campo, com muito suor, com os nossos jogadores, treinadores e adeptos. Reforçámos a nossa equipa de advogados para que eu e o Domingos Soares de Oliveira não nos envolvêssemos mais nisto. Os Benfiquistas não estão preocupados, sabem quem está à frente do Clube.”
E-MAILS
“Receber e-mails a pedir bilhetes? A isso respondo 'OK'. Acha que tenho tempo para ver os e-mails com calma? Eu não trabalho nas bilheteiras do Benfica. Eu tenho outras responsabilidades e preocupações. O Clube tem profissionais que são elogiados na Europa. O que se deve condenar é o roubo de correspondência de dez anos do Benfica. Espionagem industrial? Revolta-me falar nisto. Obviamente alguém entrou na correspondência privada do Benfica, expondo as vidas dos funcionários. Não há lá ofertas a ninguém, dinheiro a prostitutas, almoços com árbitros, nada.”
ATÉ ÀS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS
“A história dos e-mails marcou-nos, não estávamos preparados para lidar com o crime organizado. Os hackers e os bloggers têm de ser penalizados. Iremos até às últimas consequências. Fizeram muito mal ao Benfica. FC Porto e Sporting por detrás disto? Isso é com a Justiça. Vamos aguardar pela chegada de notícias, e acredito que em breve haverá novidades. A verdade tem de aparecer. Quem pagou, por que pagou... O Benfica tem de pedir altas indemnizações pelos estragos que nos fizeram. Parece que há uma Justiça para uns e uma Justiça para outros. O futebol português é uma indústria que gera milhões e milhões de euros e tem sido maltratada.”
LUISÃO
“Tem 15 anos de Benfica, é um grande capitão do Benfica, é o meu companheiro de viagem, o único que conhece a desgraça que havia e a fartura, no bom sentido, que hoje existe no Benfica, onde nada falta. Pela influência que tem, eu tinha de lhe renovar o contrato. Um dia falámos os dois, falámos com o treinador, rescindiu e fica no Benfica a trabalhar de outra maneira, com outras funções. Gostamos de tratar bem todos os atletas e Luisão merecia uma atenção especial. Como não estava a jogar, não se sentia bem. Problema com Rui Vitória? É difícil que haja um problema dentro da nossa casa. Duvido que tenha havido. São vizinhos, falam muito um com o outro. Disse-me que estava na hora de pendurar as chuteiras. A princípio não estava a acreditar, mas quando vi que era a sério perguntei-lhe como é que ia ser a festa de despedida.”
CASO ANTÓNIO SIMÕES
“Quem me conhece sabe que nunca fiz censura no Benfica, praticamente nem vou ao canal [BTV]. Não vou falar muito de António Simões por respeito ao Benfica. O senhor António Simões mentiu! Quando quiser ficar clarificado de vez, vai falar comigo. O Benfica respeita-o e ele tem de respeitar o Benfica. Eusébio só há um! Não admito que venha dizer que é o Benfica. Devo ter sido o único presidente do Clube que apoiou os antigos jogadores. Ninguém pode imitar Eusébio. Não posso receber lições de António Simões. Se alguém está perto e ajuda sou eu. O senhor António Simões não tem o direito de fazer o que fez publicamente, manchando grandes profissionais da nossa casa. Não foi ele que ligou para mim, fui eu que liguei para ele, porque sabia de conversas dele e do Malheiro na rua. A conversa que tive com ele não vou divulgá-la. Se ele tem algum problema com o Benfica que o resolva dentro do Clube. Veja-se o que ele fez com o Calado. Simões esqueceu-se de quem o ajudou no passado. Não há um comentador nas televisões que leve um recado meu.”
15 ANOS DE PRESIDÊNCIA
“O Benfica era um Clube falido, nem as pedras da calçada eram nossas. Investimos na construção do estádio. Fizemos um centro de estágio que é considerado um dos melhores da Europa. Vamos continuar a aumentar a capacidade do Caixa Futebol Campus porque é por ali que passa o nosso projeto. Temos uma aposta firme na Formação. Vamos ser a primeira SAD a ter os capitais próprios recuperados. Não dependemos de nenhum banco, temos uma estrutura profissional que é reconhecida internacionalmente. Há clubes de renome que vêm ter connosco para saber como é que o Benfica tem sucesso e recuperou financeiramente tão depressa. Isto só foi possível pela estabilidade das Direções que tenho comandado. Posso já dizer que sou candidato às próximas eleições.”
15 ANOS DE ESTÁDIO DA LUZ
“O melhor momento foi na inauguração. Foi uma sensação muito esquisita, a forma como foi construído, o envolvimento no projeto… Não foi fácil e só foi possível por causa do Mário Dias. O dia da maior tristeza foi o do adeus ao Eusébio. Foi um dia que marcou muito os Benfiquistas. As pessoas sabem como sou.”
JORGE MENDES E RENOVAÇÃO DE JOÃO FÉLIX
“A Gestifute, empresa de Jorge Mendes, é parceira do Benfica. Ainda ontem acordámos a renovação de João Félix. Não é fácil faturar 100 milhões de euros em vendas de jogadores. Tem de haver uma parceria.”
A RENOVAÇÃO DE SALVIO
“A vontade do Benfica é que renove. Depois de amanhã vou estar com o empresário dele. Temos toda a vontade de que fique. E Salvio tem toda a vontade de ficar. Samaris? É um ativo do Benfica.”
MERCADO DE INVERNO
“Temos um plantel com 28 jogadores e poderemos encurtar um pouco.”
JONAS
“O Benfica sempre manifestou vontade de renovar contrato com Jonas. Acho que houve uma fase em que ele esteve inclinado em sair, mas, depois de falar com a família, disse-me que não queria sair. É o jogador mais caro do Benfica, não interessa quanto ganha.”
CANDIDATO NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES
"Se alguma coisa me move são os Sócios do Benfica. Faltam-me dois anos para terminar o mandato. E vou ser novamente candidato a presidente do Benfica. E se tiver de fazer outro, faço. A oposição vai sempre existir. Quando houver unanimidade é muito mau. Os Sócios é que vão decidir. Até agora têm-me escolhido. Pelo trabalho que desenvolvi, acredito que a grande maioria vai votar em mim. Temos projetado fazer o Colégio, em três fases, estamos a negociar mais um terreno, vamos ter direito de superfície de 50 a 75 anos para mais seis campos e um polo hoteleiro. O Seixal fica blindado. Estamos a fazer o projeto do Centro de Alto Rendimento para arrancar. Outra coisa que queremos fazer em termos estatutários é limitar o endividamento. Não temos hipotecas, zero! Todo o património é do Sport Lisboa e Benfica. Quero entregar o Benfica aos Benfiquistas."
GRUPOS ORGANIZADOS DE ADEPTOS
“Aquilo que chamam de claques, mas não são claques. E assim vou manter este assunto. São Sócios do Sport Lisboa e Benfica, pagam as suas quotas, têm as mesmas regalias que eu tenho, têm RED PASS. Tenho de os respeitar como Sócios do Clube.”
ARBITRAGEM CONDICIONADA
“Artur Soares Dias não desistiu da queixa [da invasão ao Centro de Treinos da Maia]. Onde é que ela está? Se calhar o Conselho de Arbitragem não tem protegido os árbitros. Estou à vontade, nunca almocei com árbitros, nunca estive em túneis a criticá-los, a ameaçá-los... A arbitragem está condicionada, mas não somos nós. Nós não condicionamos ninguém! Eu não estou contra a arbitragem em si. Não voltámos ao tempo do Apito Dourado, atenção. Erram com todos [os clubes] e vão errar. Se até o VAR erra...”
RELAÇÃO COM OS RIVAIS
“Conheci e lidei de perto com cinco presidentes do Sporting. Quando se preocupavam só com o Sporting, ganhavam alguma coisa, alguns títulos. Os que, para unir as tropas, tiveram de falar no Benfica, ficaram pelo caminho. O senhor Frederico Varandas, se vem com o mesmo propósito, também não deve lá ficar muito tempo. Se se preocupar só com o Sporting, pode ser que tenha sucesso. Se se preocupar com o vizinho do lado, nunca mais lá vai chegar, porque o vizinho do lado já vai com grande andamento.Não tenho problema nenhum em sentar-me com os outros presidentes. Isso aconteceu para resolvermos problemas da Liga. Uma coisa que acordámos [Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa] é que nem o Benfica nem o FC Porto podiam ter pessoas nos órgãos da Liga, e assim vai continuar.”
RECONQUISTA, CHAMPIONS E FORMAÇÃO NAS MODALIDADES
“A Reconquista é um objetivo que temos. Estruturámos uma equipa para ganhar o Campeonato e para estarmos na Europa.Nas modalidades a mesma coisa, tendo equipas competitivas sem nunca nos desviarmos da Formação. No próximo ano, qualquer plantel das modalidades tem de ter pelo menos 25% de jogadores saídos da Formação. Se é assim no futebol, também tem de ser nas modalidades. O futuro passa por aqui e não me vou desviar. Champions? Não é impossível o Benfica ir aos oitavos de final. A derrota na Holanda [com o Ajax] foi uma injustiça. Mas temos de recuperar e é já na próxima terça-feira [segundo jogo com o Ajax, agora no Estádio da Luz] que temos de ganhar.”
O sorteio da IV Eliminatória da Taça de Portugal foi realizado esta sexta-feira. Os jogos decorrerão durante o fim-de-semana de 25 de novembro, com os naturais acertos de agenda.
O atual detentor do troféu, o Desp. Aves, vai jogar em casa do Cova da Piedade, enquanto o FC Porto recebe o Belenenses.
O Benfica vai jogar na Luz contra o Arouca, equipa que está agora na II Liga.
Finalmente, o Sporting visita o Lusitano de Vildemoínhos, equipa que eliminou o Nacional.
Aimar, que representou o Benfica entre 2008/09 e 2012/13, garante que o Estádio da Luz provocou nele "enorme impacto", destacando o momento em que os adeptos cantam o hino. "Nessa altura o relógio parece parar no tempo. Ver todas as pessoas cantando a música com os seus cachecóis é maravilhoso", disse o agora treinador, um dos antigos jogadores do Benfica que falou para os vários meios do clube sobre o 15º aniversário do recinto.
Nuno Gomes, que bisou na inauguração do Estádio da Luz, destaca a festa do título, em maio de 2005. "Não deixa de ser engraçado que um dos meus melhores momentos no Estádio da Luz não tenha sido em dia de jogo. Tínhamos jogado com o Boavista, no Bessa, mas viemos fazer a festa ao estádio. Era um momento com o qual eu sonhava muito, poder festejar um título na Luz. As pessoas não arredaram pé do estádio, esperaram pela equipa."
"Há alguns jogos que me marcaram, como é o caso do Benfica-FC Porto logo após a morte de Eusébio. Foi uma partida diferente, muito intensa, e vivemo-la de forma muito especial. Sentia-se a energia positiva no estádio" Gaitán, extremo do Dalian Yifang
"Um dos melhores momentos foi quando marquei os primeiros golos, contra o Twente, na segunda mão do playoff da Liga dos Campeões. Ganhámos 3-1 e fiz um golo de pontapé de bicicleta. Esse foi o momento dos momentos" Witsel, médio do B. Dortmund
"Aquele golo que marquei contra o FC Porto foi provavelmente o meu melhor momento [remate à meia-volta, de pé esquerdo]. Os adeptos são espetaculares, passam uma força incrível aos jogadores" Matic, médio do Man. United
"O meu último jogo no Estádio da Luz, contra o V. Guimarães, tem um sabor mais especial. Uma vitória e éramos campeões nacionais. Vencemos e acabei por fazer uma assistência para o Raúl [Jiménez]. Foi a primeira da minha carreira como profissional. Poder despedir-me da Luz com o tetracampeonato foi muito especial" Ederson, guarda-redes do Man. City
"[O jogo com o Rio Ave, em 2009/10] é, sem dúvida, um momento emblemático. Marquei os dois golos na partida em que conseguimos o título nacional. E aqueles três golos ao Sporting na Taça de Portugal... Ganhámos 4-3 após prolongamento. Não me esqueço dos adeptos. Ficava arrepiado quando cantavam a minha canção" Cardozo, avançado do Libertad
"Tenho saudades do Estádio da Luz, vou ser eternamente grato a Deus por tudo o que vivi ali. Foi um período na minha vida em que sempre reinou o sorriso, a alegria e o amor. Devo muito a esse palco, a essa casa, a esse lugar, que é um dos mais especiais da minha vida" David Luiz, defesa do Chelsea
"A melhor memória de todas foi quando ganhámos o campeonato, com aquela equipa que fazia felizes os adeptos, com jogadores de uma qualidade e um nível espetaculares. Essa é a recordação mais bonita. Foi uma temporada grandiosa" Saviola, treinador da seleção de sub-17 de Andorra
Um remate de Mazraoui, que desviou em Grimaldo e traiu Vlachodimos, aos 90+2 minutos, custou ao Benfica um desaire por 1-0 no reduto do Ajax, deixando as contas de qualificação para os 'oitavos' da Liga dos Campeões mais difíceis para os encarnados.
Quando o empate, bem positivo, parecia assegurado, um tiro feliz do lateral-direito dos locais manteve os holandeses na frente do grupo E, com os mesmos sete pontos do que o Bayern Munique e mais quatro do que os 'encarnados'.
O Benfica voltou a ter na baliza um grande Vlachodimos - que fez defesas 'enormes' aos 22 e 74 minutos e só foi batido por um desvio.
O Benfica esteve personalizado e equilibrou o jogo em muitos momentos, teve várias ocasiões para marcar, faltando-lhe eficácia.
O Benfica na terceira jornada da Liga dos Campeões de futebol, tem uma difícil deslocação ao campo do Ajax, num duelo que pode ser determinante para o futuro da equipa de Rui Vitória na competição.
Com o Bayern Munique como principal candidato a vencer o agrupamento, os holandeses aparecem como adversários diretos do clube da Luz na luta pelos oitavos de final, num grupo em que o AEK Atenas é cada vez mais 'outsider', com duas derrotas em dois jogos.
O Benfica desloca-se a Amesterdão após um triunfo sobre o Sertanense, por 3-0, para a Taça de Portugal, num jogo que permitiu ao técnico Rui Vitória poupar grande parte dos habituais titulares.
Por seu lado, na última jornada, o Ajax alcançou um surpreendente empate na casa do Bayern Munique (1-1), num encontro em que os holandeses até protagonizaram as melhores oportunidades de golo do encontro.
Um triunfo em Amesterdão, e uma derrota ou empate do Bayern em Atenas, deixa o Benfica no topo do grupo e com o caminho aberto para chegar aos 'oitavos'.
Rui Vitória convocou 22 jogadores para o jogo frente ao Ajax.
Guarda-redes: Svilar, B. Varela e Odysseas;
Defesas: Conti, Grimaldo, Yuri Ribeiro, Jardel, André Almeida e Ferro;
Médios: Fejsa, Gabriel, Cervi, Alfa Semedo, Zivkovic, Salvio, Pizzi, Rafa, João Félix e Gedson;
Avançados: Jonas, Seferovic e Ferreyra.
O início do desafio está marcado para as 20h00 de terça-feira no Johan Cruijff Arena.
O Benfica venceu o Sporting, por 4-1, no Pavilhão da Luz, e destacou-se na liderança do campeonato nacional de futsal.
Fernandinho, autor de um hat-trick (15, 22, 37), foi a figura do encontro. Do lado dos encarnados, Fits (16) também inscreveu o nome na lista dos marcadores.
Léo (18) apontou o golo solitário dos leões.
O Benfica soma, agora, 18 pontos no primeiro lugar, com mais cinco que o Sporting, terceiro classificado. O Modicus-Sandim é segundo, com 15 pontos.
O Benfica venceu o Sporting, por 3-2, no dérbi que marcou a 4.ª jornada do Campeonato Nacional de voleibol.
A jogar em casa, no Pavilhão João Rocha, os leões começaram melhor e venceram o primeiro set por 25-22, com o Benfica a responder de seguida com o mesmo parcial.
Seguiu-se nova vitória do Sporting, desta feita por 27-25, mas os encarnados restabeleceram o empate com 25-23 no quarto set.
Na ‘negra’, o Benfica foi superior e venceu por 15-9, mantendo assim a invencibilidade no campeonato, que lidera agora isolado.
Foi o terceiro triunfo do Benfica sobre o Sporting esta época depois das vitórias no Torneio das Vindimas e na Supertaça.
O que têm em comum Rúben Dias, Alfa Semedo, Yuri Ribeiro, Gedson, João Félix e Jota? São todos jovens, formados no Benfica, e apostas de Rui Vitória no jogo da Taça de Portugal com o Sertanense.
No onze inicial da 3.ª eliminatória da prova-rainha foram a jogo quatro jogadores com chancela Seixal. O polivalente Alfa Semedo e o rochedo Rúben Dias (esteve perto de marcar aos 41’) tomaram conta da zona central da defensiva, enquanto Yuri Ribeiro (seguro e atrevido) na ala e Gedson (portentoso) no meio do terreno mostravam de que são feitos os jovens da Formação do Clube.
Aos 67 minutos, Rui Vitória mexeu no xadrez, tirou o marcador do primeiro golo das águias e fez entrar o talentoso João Félix.
Jota, que jogou em todos os escalões da formação das águias e no dia em que fez precisamente 12 anos que realizou o seu primeiro treino no Benfica, entrou em campo para o lugar do brasileiro Jonas. Inesquecível… Foi a estreia do jovem na equipa principal do Sport Lisboa e Benfica, num dia em que foi também eleito o Melhor Jovem Jogador da II Liga do mês de setembro.
O Benfica, recordista de títulos na Taça de Portugal de futebol, assinala hoje a entrada em cena dos clubes primodivisionários na prova, ao defrontar o Sertanense, do Campeonato de Portugal, no arranque da terceira eliminatória.
Muitas novidades na lista de convocados do Benfica para este jogo marcado para as (20.45 horas), no Estádio Cidade de Coimbra.
Destaque para a chamada de Jota, extremo que esteve em evidência na vitória sobre a Bósnia e que confirmou a presença da Seleção Nacional de Sub-21 no play-off de apuramento para o Euro-2019.
Pedro Amaral e Ferro, também da equipa B, entram igualmente nas opções de Rui Vitória, que promoveu ainda os regressos de Bruno Varela, Conti e Ferreyra.
De fora, em relação ao clássico com o FC Porto, ficam alguns dos habituais titulares como Fejsa, Grimaldo, Cervi e Salvio, e ainda Lema, castigado, e Castillo, que na última madrugada jogou pela seleção do Chile.
Convocados:
Guarda-redes: Svilar, Bruno Varela e Odysseas;
Defesas: Conti, Rúben Dias, Corchia, Yuri Ribeiro, André Almeida, Pedro Amaral e Ferro;
Médios: Gabriel, Alfa Semedo, Zivkovic, Pizzi, Samaris, Rafa, Jota, João Félix e Gedson;
Eusébio da Silva Ferreira e Johan Cruyff são duas das principais figuras do futebol mundial e marcaram eras distintas na história de Benfica e de Ajax na Taça dos Clubes Campeões Europeus. O 'Pantera Negra' coincidiu com ascensão do Benfica no panorama do futebol mundial na década de sessenta e deixou a sua marca em várias finais europeias e tornando-se assim numa das referências máximas do futebol português.
Johan Cruyff por outro lado foi fundamental para a hegemonia do Ajax no futebol europeu no início da década de setenta ao levar o clube de Amesterdão a três títulos europeus consecutivos, antes de rumar ao Barcelona para se tornar numa das figuras míticas do clube catalão como jogador e mais tarde como treinador.
Depois de Di Stéfano e Pelé entrarem para o panteão dos mitos do futebol mundial, Eusébio surgiu em destaque no início da década de sessenta ao serviço do Benfica e da Seleção Nacional de 1966, mas no início da década de setenta, o 'Pantera Negra' passou o testemunho de melhor do mundo a um jovem holandês do Ajax que brilhou na Luz com dois golos em 1969.
E a poucas semanas do 'reencontro' entre Ajax e Benfica na Liga dos Campeões, o SAPO Desporto marcou um encontro com a história para recordar essa primeira eliminatória dos dois clubes que coincidiu com o passar de testemunho entre dois 'deuses do futebol' para uma nova era do futebol europeu.
Benfica europeu da década de 60: Uma máquina temível de fazer golos
"Lembro-me bem da caminhada do Benfica até à conquista da primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus pois era presença assídua nesses jogos", começa por recordar Vítor Cândido, antigo jornalista do jornal A Bola e antigo jogador da formação do Sporting.
"Vi todos os jogos do Benfica no Estádio da Luz nessa caminhada europeia. Eu jogava nas camadas jovens do Sporting e o nosso cartão de jogador da Associação de Futebol de Lisboa dava para nós irmos ver os jogos ao Estádio da Luz. Lembro-me de ver noites de futebol fantásticas das 'papoilas saltitantes', como ainda hoje se ouve no hino; do José Augusto a cruzar para o Águas para golo num ambiente fantástico. Golos com fartura", acrescenta Vítor Cândido em entrevista ao SAPO Desporto.
Mas se hoje em dia a caminhada gloriosa do Benfica na Taça dos Campeões Europeus de 1961 e 1962 já não é novidade, na altura, era um feito inédito, e até surpreendente, para quem acompanhava de perto a realidade futebolística em Portugal.
"Até àquela altura, o Benfica nunca tinha ganho uma eliminatória nas competições europeias. Portugal era um país pequeno em tudo; estávamos atrasados em tudo e no futebol também. Havia cá as nossas rivalidades, as nossas grandes equipas, mas era cá para o consumo interno. Mas nunca passou pela cabeça que o Benfica fizesse uma carreira daquelas. E à medida que ia passando as eliminatórias ficava tudo cada vez mais estupefacto", recorda Vítor Cândido.
A primeira Taça dos Clubes Campeões da Europa, sem Eusébio!
Com mais de 20 golos marcados na prova, o Benfica chegou à sua primeira final europeia frente ao Barcelona de jogadores como László Kubala, Luis Suárez, Sándor Kocsis ou Zoltán Czibor. Em Berna, os 'encarnados' eram encarados pelos catalães como um adversário acessível e Béla Guttmann, mítico treinador das 'águias' nesse período, aproveitou essa subestimação do adversário para fazer história no Benfica e conquistar o primeiro troféu europeu com golos de José Águas, Mário Coluna e um auto-golo do guardião adversário. E isto tudo sem Eusébio, que ainda não estava na equipa principal do Benfica.
"O Benfica tinha uma 'equipona'", recorda Vítor Cândido antes de enumerar alguns dos jogadores que fizeram história e que preparam o 'terreno' para o surgimento de jogadores como Eusébio e Simões.
"Germano, Ângelo, Cruz, Cavém, o Neto, do Montijo, e depois à frente Coluna, José Águas, Santana. O Santana teve de sair quando chegou o Eusébio", conta-nos Vítor Cândido.
"O Santana era um jogador fantástico e teve de sair um. Como dizia o Béla Guttman quando viu o Eusébio a fazer os exercícios e os primeiro treinos: 'Isto é ouro, isto é ouro!'. E pronto, alguém tem de sair da equipa e foi o Santana; e no ano seguinte foi o que se sabe. Ganham 5-3 ao Real Madrid na final de Amesterdão com uma grande equipa, já com o Simões, que era junior", atira o antigo jornalista em declarações ao SAPO Desporto.
A segunda Taça dos Clubes Campeões em Amesterdão e as finais perdidas seguintes
Depois de vencer o Barcelona por 3-2 em Berna, o Benfica ganhou o estatuto de campeão europeu e no ano seguinte a história parecia repetir-se à boleia de dois 'fenómenos' do futebol português: Eusébio e Simões. Na final de 1962, em Amesterdão, os 'encarnados' golearam o Real Madrid de Puskas e Di Stéfano por 5-3 e revalidaram o título europeu de clubes contra todas as expectativas, novamente. Ao derrotar o 'poderoso' Real Madrid, o Benfica garantiu desta forma um lugar no panteão dos grandes clubes europeus, e seguiram-se várias finais nas épocas seguintes. A reputação do Benfica de Eusébio na Europa ia crescendo de ano para ano, e apesar das derrotas nas finais de 1963, 1965 e 1968 toda a Europa do futebol estava encantada com a qualidade da equipa portuguesa, nomeadamente Eusébio. E mesmo com a guerra colonial a decorrer em vários pontos de África, as finais europeias do Benfica eram acompanhadas de perto pelos soldados, como nos conta Vítor Cândido, antigo combatente do ultramar.
"Lembro-me dessa final de 1968 em Wembley com o Manchester United porque acompanhei o relato no norte de Moçambique durante a guerra colonial. Acompanhei o relato, já era assim tarde e tinha que ter o rádio muito baixinho para não fazermos barulho. Nós a apanharmos a onda curta, ou como é que se chamava aquilo, e a ouvir o relato do jogo em que o Eusébio não conseguiu marcar um golo aos 90 minutos e depois no prolongamento os jogadores do Benfica foram-se a baixo. E depois foi o descalabro no prolongamento, penso que os jogadores do Benfica não estiveram à altura dos ingleses físicamente", recorda Vítor Cândido.
O 'fenómeno' chamado Cruijff e a 'passagem de testemunho' entre dois 'deuses do futebol'
Na época de 1968/1969, o Ajax chegava à Taça dos Clubes Campeões Europeus com um currículo europeu ainda modesto. A primeira participação na prova da equipa de Amesterdão aconteceu em 1957 com uma derrota frente aos húngaros do Vasas SC que acabou por eliminar o Ajax nos quartos de final.
Três épocas depois, o Ajax regressa à principal prova europeia de clubes, mas acaba por ser eliminado ainda na primeira eliminatória frente aos noruegueses do Fredrikstad por 4-3. Na temporada de 1966/1967, o Ajax chega aos quartos de final mas acaba por ser eliminado pelos checos do FK Dukla Dejvice. Apesar das derrotas, no conjunto holandês há um jovem de 19 anos de nome Johan Cruyff que começa a dar que falar. Na época seguinte, o Ajax é eliminado na primeira ronda com o Real Madrid depois de um empate a 1-1 em Amesterdão, com um golo do jovem prodígio holandês, e de uma derrota por 2-1 em Madrid após prolongamento.
Em 1968/1969, o Benfica entra na Taça dos Clubes Campeões Europeus com o estatuto de vice-campeão e defronta pela primeira vez o Ajax nos quartos de final da prova. Depois de uma vitória por 3-1 em Amesterdão num relvado coberto de neve, o Benfica regressa a Lisboa com uma vantagem confortável. Em entrevista ao SAPO Desporto, José Augusto e António Simões recordaram essa eliminatória e o 'fenómeno' chamado Cruyff.
"É o aparecimento do Johan Cruijff, em que a partir daí o Ajax domina a Europa e se torna campeão Europeu três vezes consecutivas. É a primeira vez na história que o valor do futebol holandês aparece em pleno com uma geração fantástica de jogadores com Keizer, Cruijff, Haan, Swart ou Neeskens", afirma António Simões ao SAPO Desporto.
"O Ajax tinha uma equipa formidável nessa altura com o Cruyff, depois de ganharmos em Amesterdão perdemos 3-1 aqui em Lisboa. Não estávamos tão habituados a jogar na neve. Eles sim, estavam mais habilitados a jogar naquele campo cheio de neve, mas nós jogámos bastante bem, apesar de termos o gelo a um palmo de altura, mas nós estivemos bem, lá para o fim já se jogava à bola, picávamos a bola ligeiramente para cima, batíamos a bola para onde queríamos que ela fosse", recorda José Augusto.
"Naquela altura, na Europa, sobretudo no norte, jogos com neve eram perfeitamente naturais, agora, eles estavam muito mais habituados a jogar, mas não tinham o talento que nós tínhamos. Embora tivessem jogadores talentosos, era uma equipa excelente e isso comprovou-se depois em Lisboa, num estádio que tinha uma relva que era um espectáculo, e aí o Cruyff mostrou-se mais e foram melhores", acrescenta o antigo extremo direito do Benfica ao SAPO Desporto.
Com a derrota no Estádio da Luz por 3-1, o Benfica era obrigado a jogar um terceiro jogo em Paris para seguir em frente na prova. O Ajax acabou por vencer por 3-0 em França e apurar-se para as meias-finais onde derrotou Spartak Trnava. Na final de 1968/1969, Cruyff e companhia acabariam por ser goleados pelo AC Milan por 4-1, mas a glória do Ajax estava perto.
"O Ajax foi sempre uma equipa muito difícil, especialmente naquela década de 70, em que foram campeões europeus três vezes consecutivas e isso justifica o que fizeram na Luz [em 1969]. Impressionaram a Europa porque tinham jogadores extraordinários, especialmente o Cruyff, que era um jogador das características de um Eusébio, do Puskas ou do Di Stefano de uns anos antes. Era um jogador dessa craveira", atira José Augusto.
"O Cruijff foi um fenómeno. Com 17 anos já era titular do Ajax. Era o Cruijff que era a maravilha, foi ele que acabou por substituir o Eusébio e o Pelé nessa designação de 'melhor do mundo'. O Pelé e o Eusébio estavam a terminar a sua carreira e começou a era Cruijff que veio antes da era Maradona", frisa Vítor Cândido.
"Isto tem tudo a ver com os deuses do futebol. E quando digo deuses do futebol estou a referir-me a Pelé, Eusébio, Cruijff, Maradona, e tal. A ascensão dos deuses do futebol numa equipa ocasionam que a sua equipa ande cá em cima, suplantando tudo. O Eusébio, o deus Eusébio, que já está numa fase de menos fulgor, já tinha sido operado ao joelho uma seis ou sete vezes e passava muito tempo fora dos jogos a recuperar das operações", acrescenta Vítor Cândido, considerando que a ascensão de Cruijff marcou o início de outra era no futebol europeu.
"Em sentido contrário, no Ajax está a aparecer o deus deles no início da década de setenta: o Cruijff. A desembrulhar as situações todas e com uma grande equipa a seu lado. Como o Eusébio também tinha porque o Benfica tinha uma 'equipona' tanto nos anos 60 como nos anos 70", sentenciou Vítor Cândido.
Já António Simões considera que "o aparecimento do Ajax faz com que o Benfica não volte a ser campeão Europeu" no final da década de sessenta e início da década de setenta.
"É com o aparecimento do Ajax que o Benfica número um da Europa passa para número dois. É o aparecimento do Cruijff, é o Eusébio a passar o testemunho ao Cruijff, é o Simões a passar o testemunho ao Keizer, é o Jaime Graça a passar ao Haan, o Torres a passar ao Rep. É inacreditável que haja características tão semelhantes dos jogadores do Benfica que estão nos seus últimos 4/5 anos e os jogadores do Ajax que estão nos seus primeiros 4/5 anos. Nós teríamos preferido passado o nosso testemunho a portugueses, não aos holandeses", afirmou o antigo jogador do Benfica ao SAPO Desporto.
O 'futebol total' do Ajax que dominou a Europa na década de 70
Mas o sucesso do Ajax no futebol europeu não se resumiu apenas ao talento de Cruijff. O conjunto de Amesterdão apresentou uma nova filosofia nos relvados e que ainda hoje é encontra 'discípulos' em toda Europa: o futebol total.
"O Ajax foi a primeira equipa a jogar um 'futebol total', uma coisa impressionante. Chamavam à seleção da Holanda de 'Laranja Mecânica' porque aquilo era praticamente a equipa do Ajax. Mas também havia o Feyenoord que era uma equipa fantástica", diz Vítor Cândido.
"Era futebol total porque todos os jogadores defendiam e todos jogadores atacavam. E para nós que estávamos habituados a ver os defesas em funções defensivas exclusivas isso era uma novidade. Antigamente os jogadores não tinham autorização para passar do meio-campo, agora os laterais vão até ao outro lado para cruzar. Às vezes falo disso com o meu amigo Hilário [ex-internacional português, glória do Sporting e lateral esquerdo] e ele diz-me que 'o nosso treinador não nos deixava passar do meio-campo'", recorda Vítor Cândido.
"A equipa do Ajax era realmente muito à frente com o seu futebol total. Ainda hoje há equipas que jogam assim, como o Bayern. A equipa que vimos aqui do Bayern em Lisboa [no jogo inaugural do Grupo E da Liga dos Campeões] foi precisamente isso: do futebol total. Com três jogadores a pontificar no ataque que são preponderantes, que possam jogar sistematicamente a defender e a atacar", frisa José Augusto.
"O Robben pelo lado direito, o Lewandowski, e o Ribéry no lado esquerdo. São jogadores que integram e que fazem mover todo aquele jogo no meio campo. Os defesas laterais a subir e a recuperarem as bolas, sobretudo. As táticas são o que são, mas quem as aplica em campo são os jogadores. Os jogadores é que transportam sectorialmente as ideias para o campo e fazem com que o sistema tático possa evoluir de uma forma. E em qualquer época a velocidade é uma componente importantíssima no futebol. E quando temos jogadores talentosos como é o caso [do Cruijff], isso vem sempre ao de cima", sentencia José Augusto.
O 'reencontro' entre dois 'gigantes' na Europa do futebol
Benfica e Ajax reencontram-se nas próximas jornadas da Liga dos Campeões em dois jogos que vão ser decisivos para o apuramento dos oitavos de final da prova. Os holandeses lideram neste momento o Grupo E depois de um empate a 1-1 em Munique frente ao 'poderoso' Bayern Munique e no plantel do Ajax continua a reinar a filosofia de um clube formador que já deu alguns dos maiores talentos do futebol holandês. O Benfica seguiu o exemplo de outros clubes formadores na Europa e procura, tal como o Ajax, recuperar o prestígio europeu que lhe valeu a hegemonia no 'velho continente'.
"Há uma escola holandesa que assenta sobretudo no Ajax e parece-me que desta vez está a reaparecer essa escola numa quantidade e numa persistência daquilo que é o seu próprio modelo. Ou seja, os holandeses nunca abandonaram esse modelo mas nunca tiveram uma fornalha com tanto potencial como esta [atual]. E agora nós [no Benfica] temos de nos confrontar com essa escola, com essa tradição, com esse modelo, mas com o reaparecimento da qualidade. O Benfica vai ter de se confrontar com tudo isso", afirmou António Simões sobre os próximos jogos com o Ajax.
"Penso que é importantíssimo para a qualidade do futebol que estes clubes com tradição de formação continuem. O Benfica tem várias escolas em vários sítios onde tem as casas do clube, 284 casas do Benfica para ser mais preciso, e neste momento há muitas que têm escolas de jogadores e que o Benfica vai acompanhando porque as casas vão mantendo o clube informado do surgimento de novos talentos", começou por dizer José Augusto antes de fazer a antevisão dos próximos jogos do Benfica com o Ajax.
"Penso que vão ser jogos equilibrados, apesar de tudo o Ajax também tem uma escola e bons jogadores e é um clube de produção, como o Benfica agora o é. Estou convencido que estes dois jogos com o Ajax vão ser realmente importante para as nossas possibilidades de continuar na Liga dos Campeões porque o Ajax será o nosso adversário direto na disputa pelo segundo lugar. Mas não será fácil, nem para nós nem para o próprio Ajax uma vez que são duas equipa de nível idêntico e com muitos jogadores talentosos", sentenciou José Augusto.