O Benfica sai da Liga do Campeões de uma forma digna, de cabeça erguida, depois de ter feito tremer o colosso alemão.
Voltou o Benfica das grandes noites europeias. Voltou e com ele trouxe a crença de uma possível presença numa meia-final da Liga dos Campeões. Jiménez ainda deu esperanças ao Benfica, mas Vidal e Muller roubaram o sonho benfiquista.
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O Bayern Munique corrigiu erros do primeiro jogo e fez valer o seu poderio, arrancando um empate a duas bolas na Luz para seguir em frente, depois da vitória por 1-0 na primeira mão. Do lado do Benfica, fica a promessa de tentar repetir o feito na próxima época e, quem sabe, com outro desfecho.
Sem Jonas, sem Gaitán e também sem Mitroglou, Rui Vitória apostou no moralizado Jiménez e ganhou, lançou Salvio a titular mas perdeu essa aposta. E deu a titularidade a Carcela, no lugar de Gaitán. Guardiola, que já tinha expressado imenso respeito pelo Benfica, deixou Lewandowski no banco e reforçou o meio-campo com Thiago Alcântara, a fazer um tridente com Xabi Alonso e Vidal. A ideia era ter mais bola, não dar espaço para o contra-ataque do Benfica.
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A formação alemã jogava em campo largo, com Douglas Costa e Ribéry muito encostados nas linhas e com o tridente do meio-campo a trabalhar, com variações rápidas de flanco para desposicionar a defensiva "encarnada". Para fazer frente a este sistema, Rui Vitória montou uma equipa que jogava com a defesa subida, muito próxima dos médios, o que retirava espaço ao Bayern para atacar. O perigo surgia quando os bávaros conseguiam mudar a bola de flanco com rapidez, colocando os extremos em um contra um frente aos laterais do Benfica.
Com dificuldades em contra-atacar, face ao pressing alemão, o Benfica raramente conseguiu sair. E quando o fez, com poucos toques e processos simples, marcou. Um centro largo de Eliseu apanhou Jiménez em correria na área. Ganhou aos centrais e a Neuer e fez a Luz tremer de esperança, aos 27 minutos.
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A eliminatória estava empatada e as "meias" à distância de um golo, que voltou a cair na decisão de Jiménez aos 31 minutos, mas o remate do mexicano parou nas mãos de Neuer. Crescia a esperança nas hostes benfiquistas, as bancadas fervilhavam e os jogadores acreditavam que era possível, até porque o Bayern estava muito nervoso e tinha dificuldades em chegar à baliza de Éderson.
Aos poucos a equipa bávara assentou ideias, arrumou-se em campo e Vidal aproveitou uma bola afastada por Éderson para encher o pé esquerdo de fora da área e fazer um golaço, ainda antes do intervalo. Pouco tempo depois de iniciar a segunda parte, após canto estudado, Javi Martinez deixou Thomas Muller na cara do golo. O avançado não perdoou e deu a "machadada final" na eliminatória.
Talisca deu alguma justiça ao resultado, fazendo o 2-2 de livre direto, ele que tinha saltado do banco, tal como Gonçalo Guedes, o homem que ganhou a falta. Falta essa que devia ter sancionado de outra forma, já que Javi Martinez (viu amarelo) travou o extremo quando este ia isolado.
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O mesmo Talisca ainda assustou Neuer, tal como Jovic, mas o resultado acabou por espelhar o que se passou em campo. O Bayern também poderia ter vencido na Luz mas o poste negou o golo a Douglas Costa e Éderson evitou o tento de Lewandowski, com este já isolado.
O Benfica mostrou que é possível uma equipa portuguesa jogar olhos nos olhos com um colosso alemão como é o Bayern. Mesmo desfalcado das três principais unidades atacantes e ainda do seu capitão, a equipa de Rui Vitória fez a Luz relembrar as grandes noites europeias do Benfica. Os adeptos agradeceram com uma enorme ovação nos minutos finais do jogo.
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O SL Benfica alinhou com: Ederson; André Almeida, Jardel, Lindelöf e Eliseu (88’ Jovic); Fejsa, Renato Sanches, Salvio (68’ Talisca), Carcela e Pizzi (58’ Gonçalo Guedes); Raúl.