Oportunidade histórica
Após uma noite de sofrimento em Paris, o Benfica atingiu, pelo segundo ano consecutivo, e pela quarta vez nas últimas seis temporadas, os quartos-de-final de uma competição europeia.
A entrada nos oito melhores da Liga Europa trouxe, naturalmente, uma grande alegria à Família Benfiquista espalhada pelo Mundo, e muito particularmente aos emigrantes portugueses de Paris, que puderam presenciar in loco mais um triunfo internacional do seu Clube. Vivendo o Benfica à distância, muitos desses compatriotas são um enorme testemunho de amor clubista, e bem merecem que o emblema da sua paixão lhes leve o sabor das vitórias até bem perto do local onde vivem e trabalham.
Ultrapassada esta etapa, há que olhar em diante, e perceber que o sonho de uma conquista internacional se está a tornar cada vez mais nítido.
A Liga Europa apresenta-se este ano particularmente aberta, e uma presença na final de Dublin, tratando-se, naturalmente, uma empreitada ainda muito difícil, parece ser um objectivo inteiramente à altura da excelência que a nossa equipa já foi capaz de demonstrar.
O Benfica está, de facto, perante a possibilidade real de voltar, 49 anos depois, a erguer um troféu europeu. Não creio que tenha existido, nas últimas duas décadas, oportunidade tão clara para romper o maldito jejum imposto pelas profecias de Bela Guttmann, e devolver o Benfica ao seu destino de força universal.
Não sabemos se poderão aparecer, no futuro próximo, muitas ocasiões como esta.
E até a infeliz circunstância de nos terem afastado da discussão do título doméstico nos empurra para os braços do sonho europeu.
Vencer a Liga Europa não pode ser uma exigência, mas terá de ser um pedido.
Um pedido forte e sentido. Uma súplica, de todos aqueles que anseiam por uma grande conquista internacional capaz de emparelhar com aquelas que os nossos pais e avós nos contaram, e com as quais nos encantaram o espírito.
Eu acredito!