Bravo, Quim!
Quem regressa, após uma prolongada ausência, deve fazê-lo em grande, com determinação e sem deixar margem para dúvidas sobre o lugar que lhe pertence. Foi o que aconteceu com o guarda--redes Quim, na final disputada no Estádio do Algarve.
Após um período de baixo rendimento que determinou o seu afastamento das balizas, Quim regressou, por justa e louvável decisão de Quique Flores, no momento certo e com o destaque que lhe é devido. Regressou em grande.
Seguro e sereno, fez, ao longo do jogo, excelentes defesas e no momento determinante, que foi o da defesa dos penáltis, conseguiu evitar que três se transformassem em golos sportinguistas. Deste modo, foi o homem do jogo, merecendo amplamente a homenagem dos colegas e do público.
Quim é um grande guarda-redes, com vastas provas dadas de competência técnica, talento defensivo e segurança psicológica. Regressar para disputar uma final marcada pela tensão no seio dos contendores e dos apoiantes poderia ser uma opção de grande risco, caso o treinador e a sua equipa técnica não tivessem avaliado todos os prós e os contras. Provou--se que a escolha foi certa e que o momento foi o mais adequado. Por isso acentuei, logo no início que,
quem regressa, deve fazê-lo de forma a que não se abram as portas para, em função de um eventual desaire, se registarem novas retiradas.
O futebol é um imenso espectáculo de massas a que a constante mediatização televisiva deu uma enorme dimensão global. A sua magia continua a vir da imprevisibilidade determinada pelo factor humano e pelas variáveis que o condicionam. Uma final é sempre uma final, podendo ser de glória, de sofrimento e de amargura, consoante o modo como as coisas correm e os resultados que alcançam, ou não.
No sábado à noite, com um equipamento escuro, que corresponde também a uma imagem de sobriedade e rigor, Quim foi o homem do jogo e, por certo, guardará este jogo na memória como um dos momentos de glória da sua já longa carreira. Foi a actuação de quem voltou para ficar, determinado e seguro, para
satisfação dos benfiquistas. Bravo, Quim !