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O Maior Clube do Mundo

O Maior Clube do Mundo

O retrato da história do Sporting!

27.11.12, João Silva

Um tratado maior de literatura da autoria do Lá Em Casa Mando Eu  que devia ser de leitura obrigatória nas escolas deste país para que se perceba melhor como é que chegaram a LOL. Os sinais são claros e estavam lá todos…

Sífilis Clube de Portugal

Segunda feira jogamos a época em Alvalade. Um derby que, sendo decisivo, será mais um marco na lenda do derby de Lisboa. No Benfica - Sporting jogam-se duas histórias feitas em paralelo. Paralelo não será bem o termo, porque a direcção do insucesso do Sporting estava escrita nos seus genes. As rectas separaram-se cedo. Quero dizer: não é bem isto, porque o Sporting só teve equipa de futebol quando conseguiu roubar jogadores ao Benfica. 
Quem são, então, os nossos vizinhos? Quem é este clube que nos irrita tanto, a quem damos uma importância que, claramente, não tem? Quem é, de onde veio o Sporting? Por que é que lhes chamamos Viscondes com ar de gozo? O que é aquilo dos prémios Stromp?
A foto acima é quase um retrato de uma história com muitos anos. Cosme Damião, fundador do Benfica, exibe uma elegantíssima jaqueta vermelha, bordada com um emblema que o Mundo inteiro conhecerá e admirará. Cosme Damião enche a fotografia. É como se só víssemos vermelho. A fotografia, a bem dizer, é sobre ele, e todos os outros são figurantes. Os outros dois senhores de facto admiram-no, como que impressionados. Cosme Damião, que cometeu apenas um pecado na vida - ter sido suficientemente cavalheiro para disputar um jogo amigável com a camisola dos eternos rivais (momento mais alto da história do Sporting) - tem um ar educado sem ser snob, um ar confiante sem ser malcriado. E está de vermelho. De um vermelho enormíssimo, belíssimo, aquele vermelho que me preenche. 
E a outra figura, quem é? Francisco Stromp? Stromp? Que raio de nome é esse? Para já, vários pormenores me saltam à vista: Stromp está a mais na fotografia. Sente-se a mais. Stromp está incomodado com o à vontade de Cosme Damião. Está incomodado com aquele vermelho que apaga tudo à volta. Reparo ainda que Stromp não tem emblema na sua camisola, que é, aliás, horrorosa. Uma junção de meia camisa branca com meia camisa verde. Sem emblema. Vê-se na sua cara, na sua expressão incomodada, que Stromp sabe que está mal vestido, que não está à altura. Ou então, pelo gesto da mão esquerda, tem as cuecas enfiadas no rabo e está a ver se safa. Cosme Damião finge que não vê - que educação, senhores!
Mas, correndo o risco de ser injusto para com os nossos vizinhos, investiguemos mais acerca de Stromp, cuja fotografia horrível pode ter sido um momento mau único na carreira, nódoa numa vida imaculada. Estudemo-lo, então. Segundo a Wikipédia, Francisco Stromp é sócio fundador do Sporting. Juntamente com nomes como José Maria Gavazzo, Alfredo Augusto das Neves Holtreman e João H. Scarlet. Uma pessoa vê logo pelos nomes que aquilo era coisa de gente fina e distinta, que subiu a custo e a pulso na vida. Este Holtreman, pelos vistos, era o avozinho do José de Alvalade e resolveu oferecer-lhe terrenos da própria quinta para o netinho brincar com os amigos. 
Criava-se assim, neste clima de enormes dificuldades financeiras e logísticas, o Sporting Clube de Portugal.
Mas este Francisco Stromp, cujo nome já baptizou curvas em Alvalade e equipamentos, quem foi? Era um homem orgulhoso de ser do Sporting? Viveu até aos cem anos nas quintas do avô, a tempo de viver os 5 violinos ou a final Taça UEFA em casa?
Segundo a Wikipédia, Francisco Stromp "era a alma da equipa, apelava ao Sportinguismo de todos, e fazia-o de tal forma que conseguia sempre unir o grupo viveu quase exclusivamente para o Sporting, o clube era a sua grande e única paixão."
Epá, o tipo era um lagarto à séria. Já estou a ver porque é que os verdes gostam tanto dele. E, segundo a Wikipédia, era um atleta e tanto: jogava disco e falam de um jogo em que até jogou à baliza.
Mas será que isto faz sentido? Estará nos genes do Sporting ter um atleta distinto, cavalheiro? Ganhador?! Bem, Cazal Ribeiro ficaria orgulhoso de saber que Stromp chegou a estar preso por estar "envolvido na preparação do golpe para a restauração da monarquia", não fossem os Holtremans ficar sem as suas regalias. 
Bom, como terão sido então, os últimos anos deste grande emblema do Sporting?
"Mas a doença" - epá, a doença?! Mas o homem ficou doente? Um atleta destes? Um cavalheiro? Mas o que é que lhe aconteceu? Foi uma lesão, fruto do excesso de desporto? Foi num duelo à pistola porque alguém ofendeu o Sporting ou o rei? O que é que aconteceu? Que doença foi? Que doença apanhou este modelo de virtudes?!
"a sífilis, seria a sua sentença de morte."
A sífilis? O gajo tinha sífilis? Mas... Mas... A sífilis não é aquela doença que se transmite... quando se vai às... Epá, sífilis... Mas então... Sífilis? Mas então o Stromp, que era tão bom rapaz e desportista, monárquico e tudo, apanhou sífilis? Querem ver que o bom do Stromp, em linguagem futebolística moderna, comeu fruta?

E como é que souberam que ele tinha sífilis? Caiu estoirado no meio do chão a meio de um jogo, já com o coração afectado? Como foi o diagnóstico? Terá ele desmaiado a meio de um chá com os seus amigos, aterrorizados com a vinda da República, quando subitamente Stromp diz: "Estou a sentir uma certa comichão na virilha" (será que é esse o prurido que incomoda Stromp na fotografia, e que o pobre tenta defender com uma discreta coçadela com a mão esquerda?)? Como viveram os Stromp e o Sportinguismo o drama? 
"O seu pai, médico famoso, detectou-lhe o mal quando ele o surpreendeu a querer comer a sopa com um garfo"
Vamos todos fazer uma pausa para ler isto outra vez. (sopa com um garfo? Foda-se, estavas todo queimadinho, ó Stromp)
Portanto, o "capitão-geral do futebol" do Sporting comia sopa com um garfo. Deixa-me lá ver se entendi: viram-no a comer sopa com um garfo e foi aí que o seu pai lhe disse "Chico, quantas vezes já lhe expliquei que esse garfo é o da salada!", foi? Este tipo era o capitão - geral? Era ele que dava a táctica, fazia os discursos empolgantes? Um gajo que comia sopa com um garfo? 
E ninguém estranhou antes? Quando ele começou a dizer: "Rapazes, hoje vamos tentar uma coisa nova: eu, que sou avançado, jogarei a guarda - redes!" ninguém sussurou no balneário: "Porra, o Stromp deve andar cheio de sífilis naqueles cornos"? Não? Pelos vistos não. 
Mas pronto, Francisco Stromp, segundo rezam as crónicas, era um cavalheiro cheio de valores e estou certo que aguentou estoicamente o facto da doença não ter cura, atribuindo à loucura da sífilis os sucessivos insucessos que o seu clube foi sofrendo. Vamos continuar a ler a Wikipédia, vamos ler a condigna morte no leito de um sócio - fundador do Sporting:

A 1 de Julho de 1930, com trinta e oito anos, faleceu por vontade própria, na agonia da sua doença, escolhendo o dia em que o Sporting festejava o seu 24º aniversário. Levantou-se cedo, mas em vez de ir para o Banco Ultramarino, como sempre ia, tomou o caminho da Estação de Comboios de Sete-Rios, quando se apercebeu do comboio, despiu o casaco e correu para ele de braços abertos, assim se suicidou o primeiro grande capitão e treinador do Sporting.
Portanto, o tipo dos prémios Stromp, do equipamento Stromp e que até tem um busto e que era o maior da rua dele... matou-se? Suicidou-se? Bem, isto é tão à Sporting! Agora já percebemos porque é que o Rogério falhou aquela bola na final da UEFA e aquilo acaba com um golo do CSKA: o Sporting fez um Stromp! 
Reparem, eu não levo mal o pobre do Francisco-que-foi-às-meninas. Se a mim me dissessem: o que é que fazias se inventasses o Sporting? "Por-me debaixo de um comboio em Sete Rios" ia estar nas minhas primeiras 3 respostas. No fundo, para quem comia sopa com o garfo, o homem teve um instante de lucidez! E no próprio aniversário do clube! Isto é de um simbolismo mágico, está tudo lá! 
Portanto, a grande figura mítica do Sportinguismo é um tipo nobre que ia à meninas e que acabou a comer sopa com um garfo e que se matou no dia do aniversário do Sporting. Isto não tem preço. Mas melhor, melhor, só esta citação que cita o próprio site dos nossos vizinhos:
Amante? Amante? É melhor o Sporting ir fazer análises.

Taça de Portugal: Moreirense 0 - SL Benfica 2

17.11.12, João Silva

O Benfica encarou esta eliminatória da Taça de Portugal com uma postura séria e não deixou escapar o apuramento para a ronda seguinte num campo difícil.
Com o regresso do capitão Luisão à equipa, o Benfica entrou bem no jogo.
A equipa de Jorge Jesus foi sempre mais intensa que o Moreirense, justificando plenamente o triunfo, entrando pressionante e dominadora. Apenas algum desacerto ofensivo do Benfica, em particular dos extremos, fez com que o jogo não tenha terminado com um triunfo mais confortável.

 O primeiro grande momento Benfiquista surgiu à passagem da meia hora, com um remate colocado de Bruno César, à entrada da área, desviado pelo guarda-redes Ricardo Andrade com uma boa defesa. Esse foi, aliás, o melhor momento da primeira parte, apesar de o Benfica ter estado sempre muito perto da área adversária.

 A segunda parte foi em tudo semelhante à do primeiro tempo, com o Benfica por cima e a criar, rapidamente, lances de perigo na área contrária.

O golo inaugural surge quando faltava meia hora para o final da partida, na sequência de um pontapé de canto — a bola sobrou para Matic que rematou forte e cruzado.

O Benfica continuou a toada ofensiva em busca do segundo golo, mas o Moreirense começou a surgir mais perigoso, sobretudo em jogadas de contra-ataque e o jogo tornou-se mais equilibrado, até que a 12 minutos do fim, parte da iluminação artificial do estádio falhou, obrigando a uma interrupção no encontro que durou cerca de 25 minutos.

Depois de retomado o jogo, as equipas acusaram alguma falta de ritmo, com algumas oportunidades de golo para ambos os lados, mas foi Cardozo que acabou com o jogo, ao fazer o 2-0, já perto do final da partida, finalizando uma jogada rápida do ataque benfiquista conduzida por Ola John.

A equipa de Jorge Jesus manteve a sua baliza inviolada, o que já sucede há cinco partidas consecutivas.

 

Destaques:

 

Luisão – O capitão regressou à competição e parece que não esteve ausente dois meses. Quem sabe nunca esquece e esteve irrepreensível perante o pouco trabalho que se deparou na primeira metade. Na segunda parte, a sua inegável capacidade de liderança e sentido táctico veio ao de cima.

 

Matic – Conseguiu “encher o campo” com a sua elegância e saber estar em todo o lado. Nos instantes finais da primeira parte teve uma arrancada superlativa, torneou vários adversários e só não foi perfeito porque Lima estava fora-de-jogo. Na etapa complementar desbloqueou o marcador com um remate forte e cruzado.

 

Bruno César – Foi o “10” da equipa. A justificar a sua alcunha de "chuta-chuta", foi o mais rematador da equipa, organizou e pautou o jogo da equipa quando ela mais precisou.

 

O Benfica alinhou com Paulo Lopes; André Almeida, Luisão, Jardel, Luisinho; Matic; Gaitán, Bruno César (André Gomes, 92’), Nolito (Ola John, 75’); Rodrigo, Lima (Cardozo, 73’).

 

Rumo à final!