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O Maior Clube do Mundo

O Maior Clube do Mundo

Académica 2 - SL Benfica 2

25.09.12, João Silva

Á semelhança da época passada, o Benfica volta a perder pontos em Coimbra, num jogo em que podia ter saido com uma vitória folgada, acabou por ficar com um injusto ponto.

Dois factores contribuiram para que se perdessem dois pontos: Falta de eficácia, ou direi mesmo, falta de sorte em lances capitais dos jogadores do Benfica e, como já vem sendo hábito, a arbitragem.

O árbitro teve claramente influência no desfecho do jogo, mesmo com os jogadores a fazerem tudo para contrariar todos os obstáculos que encontraram, mas realmente há situações que são difíceis de superar.

 

 

Com um início de encontro absolutamente fantástico, o Benfica esteve muito perto de marcar logo nos minutos iniciais. Primeiro por Enzo Perez, que surgiu pelo lado direito e cruzou para o interior da área, onde surgiu Cardozo a desviar para barra da baliza. No lance seguinte aconteceu precisamente do lado contrário, com Bruno César a fazer cruzamento para Rodrigo, mas o desvio desta vez foi bater no poste.

A toada ofensiva continuava e o Benfica voltou a estar muito perto de inaugurar o marcador, com Rodrigo a desmarcar Cardozo e este rematou para defesa de Ricardo para canto, não sem antes embater no poste.
Foi uma entrada avassaladora da equipa do Benfica, mas a bola teimava em não entrar.

 

 

Mas o pior estava para vir. O árbitro Carlos Xistra vislumbrou uma grande penalidade contra o Benfica aos 24 minutos, numa jogada em que Maxi Pereira e Makekele estão preocupados apenas em disputar a bola. Mais do que isso é que o lance acontece fora da grande área. Sem comentários…
A Académica aproveitou a grande penalidade para se colocar em vantagem.

 

 

No inicio da segunda parte, Nolito, que tinha entrado ao intervalo para o lugar de Bruno César, rematou e o esférico foi desviado ilegalmente por Rodrigo Galo no interior da área. Grande penalidade assinalada e ordem de expulsão para o jogador da Académica de Coimbra. Cardozo não perdoou e igualou o marcador.

Com mais um jogador em campo, o Benfica pressionou o adversário na tentativa de alcançar vantagem no marcador, mas eis que o árbitro mais uma vez, assinala uma grande penalidade a favor da Académica, num lance em que Garay simplesmente jogou a bola!
Mais uma vez o Benfica estava em desvantagem.

 

 

Perante estas adversidades e apesar do forcing final dos jogadores, o Benfica apenas conseguiu igualar a partida, com um excelente remate de fora da área de Lima, a cinco minutos do final.

 

O Sport Lisboa e Benfica apresentou a seguinte equipa: Artur Moraes; Maxi Pereira, Jardel, Garay e Melgarejo; Matic, Bruno César (Nolito, 45’), Salvio e Enzo Perez (Aimar, 64’); Cardozo e Rodrigo (Lima, 75’).

 

Força Benfica!

Formação de alto nível!

23.09.12, João Silva
Juniores
SL Benfica 0-0 Batuque FC
Iniciados A
SL Benfica 3-2 FC Barcelona
Juvenis B
SL Benfica 5-2 Manchester City
Iniciados B
SL Benfica 9-1 Atlético Madrid
Juvenis A
SL Benfica 3-1 Borussia Dortmund

O trabalho que está a ser desenvolvido na formação é promissor, os resultados começam a mostrar que num futuro próximo, o SL Benfica poderá voltar a ser o clube com mais portugueses na equipa principal, já para não falar a nivel de selecções.




Liga dos Campeões: Celtic 0 - SL Benfica 0

20.09.12, João Silva

O Benfica alcançou um empate com o Celtic, na estreia da edição da Liga dos Campeões 2012/13.

Não se pode considerar um mau resultado, tendo em conta a revolução que Jorge Jesus teve de fazer. Mas também é verdade que a equipa da Luz deixou de conquistar dois pontos perante um adversário que é bastante mais fraco e que quase nunca incomodou a baliza de Artur.

E se empatar fora na estreia na Liga dos Campeões nunca é mau, sair de Glasgow com apenas um ponto sabe a pouco. Até porque o Celtic mostrou muitas limitações.



Em Glasgow, o Benfica até começou por resistir bem a uma das grandes "armas" do adversário, o público, que puxa muito pelos jogadores e estes correm, empurram, saltam, sabendo que o contacto físico intimida, mostram que, mais do que talento, é preciso ter alma para representar esta equipa escocesa. 

Mesmo sem Maxi Pereira, Luisão, Javi García e Witsel, o Benfica soube resistir a este primeiro impacto. E no resto do jogo André Almeida (que jogou como lateral-direito) e Jardel (o parceiro de Garay no centro da defesa) deram boa conta de si. E até Enzo Pérez, adaptado a médio-centro, soube proteger-se e fazer um jogo competente, sem se transformar num defeito a explorar pelo adversário.



Este bom desempenho defensivo resultou em parte da inoperância do Celtic, que nem no jogo aéreo criou muito perigo. E nasceu também da inteligência da equipa do Benfica na hora de defender, concedendo poucos espaços ao adversário. Este, aliás, terá sido um dos jogos mais cautelosos de Jorge Jesus no Benfica.

Foi no ataque que a equipa da Luz ficou mais aquém das expectativas. Jesus apostou em Rodrigo em vez de Cardozo, esperando tirar proveitos da sua velocidade. Só que raramente a equipa foi capaz de sair rápido para o ataque. Mesmo com Aimar em campo, faltou capacidade criativa à formação lisboeta.



Embora com menos posse de bola (47 contra 53%), as melhores tentativas foram do Benfica. Num dos poucos lances de contra-ataque, Rodrigo falhou o remate (32’), após um bom passe de Enzo Pérez — neste lance ainda se reclamou penalty, mas o contacto ocorreu já depois da tentativa de remate.

Já na segunda parte, Jesus fez mudanças, lançando Cardozo, Bruno César e Nolito, mas o melhor que a equipa conseguiu foi engrossar o número de remates, que parou nos 11.



Deste primeiro jogo pós-Javi García e Witsel, sobram ainda algumas dúvidas do que poderá ser o novo Benfica. O tempo dirá como poderá evoluir esta equipa. 

Destaques

André Almeida e Enzo
Foram lançados às feras em situações complicadas. O jovem português (22 anos) saiu-se bem frente a Commons, um dos menos maus do Celtic, e ainda teve oportunidade de fazer alguns bons cruzamentos. E Enzo Pérez, não fazendo esquecer Witsel, foi disciplinado tacticamente e ainda isolou Rodrigo na melhor oportunidade do jogo. Matic agradou.

Garay
Na ausência de Luisão, foi o líder da defesa benfiquista. E com sucesso. Porque o Celtic nunca criou perigo, nem no jogo aéreo.

Ficha de jogo
Celtic, 0
Benfica, 0

Jogo no Celtic Park, em Glasgow (Escócia).
Cerca de 60 mil espectadores

Celtic Forster, Matthews, Wilson, Mulgrew, Izaguirre (Hooper, 66), Lustig (Rogne, 63), Commons, Wanyama, Brown, Forrest e Fedor. Treinador: Neil Lennon
Benfica Artur, André Almeida, Jardel, Garay, Melgarejo, Matic, Enzo Perez, Aimar (Cardozo, 63), Salvio, Gaitan (Nolito, 83) e Rodrigo (Bruno César, 70). Treinador: Jorge Jesus.

Liga dos Campeões: Celtic

17.09.12, João Silva

Quarta-feira o Benfica inicia a fase de grupos da Liga dos Campeões, época 2012/13, com o Celtic: adversário demasiado fiel ao velho estilo britânico.

 

Pontos fortes:

Dos dezassete golos já marcados, nove foram de bola parada, e sete dos quais de canto! Os centrais Mulgrew e Lustig são fortes nesse aspeto (Wilson e Rogne não tanto), mas o destaque vai para Wanyama, o queniano que também pode jogar no eixo da defesa, mas que tem sido utilizado no meio-campo.

Pontos fracos:
Equipa combativa mas pouco evoluída tecnicamente, ao velho estilo britânico. Tem tendência para «queimar etapas» na construção de jogo. O meio-campo trabalha pouco a bola e os defesas insistem demasiado no pontapé longo para os avançados. A equipa é também pouco versátil taticamente, deixando muito espaço entre linhas.

Ao pormenor:
Mulgrew, Wilson, Rogne e Lustig são os centrais utilizados regularmente, por esta ordem, ainda que este último também possa ser lateral direito. Um escocês, um inglês, um norueguês e um sueco. Fortes fisicamente mas permeáveis pelo chão, como manda a tradição. Matthews e Izaguirre são os laterais habituais, com pouca ou nenhuma liberdade para subir, ainda que este último, internacional hondurenho, seja um jogador interessante. O dono da baliza é Fraser Forster, elemento regular.

O meio-campo tem sofrido de alguma instabilidade neste início de época, devido aos problemas físicos do capitão Scott Brown, do galês Joe Ledley e do israelita Beram Kayal. O treinador Neil Lennon raramente contou com os três em simultâneo. Wanyama, que também pode ser central, tem sido quase sempre titular no «miolo», e até o jovem checo Filip Twardzik, de apenas 19 anos, já foi aposta inicial (partilha o balneário com o irmão gémeo Patrick). Ao plantel falta um verdadeiro «playmaker». Commons aparece na zona de decisão, por vezes, mas não é um jogador para encontrar espaços, antes para os aproveitar. Tem um bom esquerdo para finalizar as jogadas, nomeadamente em lances de bola parada. O ex-sportinguista Rabiu Ibrahim raramente é utilizado.

A principal referência ofensiva (e coletiva) é Samaras. O grego também rende como segundo avançado, mas é a partir da esquerda, em 4x3x3, que mais desequilibra. A sua ausência é, naturalmente, uma boa notícia para o Benfica. Hooper costuma ser a unidade mais adiantada, e é o típico avançado britânico: trabalhador, combativo, de remate fácil, mas pouco dotado tecnicamente e pouco eficaz a jogar com os apoios, fora da área. Com Stokes lesionado, Watt tem sido a outra alternativa ofensiva. Mais móvel, mas com apenas 18 anos, vai perder espaço com a contratação de Miku e Lassad. Neil Lennon conta ainda com os extremos James Forrest e Paddy McCourt. O primeiro, de 21 anos, muito rápido com a bola nos pés; o segundo, mais experiente e também mais habilidoso, capaz de furar em diagonais para o coração da área.

 

 

Mística

12.09.12, João Silva
"A camisola e as botas do médio centro que deu a mística ao Benfica"
Quando, há uns anos, me deparei com as botas de Cosme Damião, apostei comigo que as chuteiras de hoje seriam facilmente consideradas no tempo dele sapatilhas de ballet.
Acredito por contraponto, que um Ronaldo com as botas de Cosme teria provavelmente a mesma sensação que um bailarino de socas. Mais recentemente, admirei de perto a camisola do homem que representa como ninguém a alma benfiquista. Igualzinha às primeiras que o clube comprou num alfaiate em Alcântara. Fabricadas em flanela, garantiam o efeito de sauna durante o verão e o de esponja nos dias chuvosos e lamacentos do Inverno.
Com o futebol do século XXI em mente, a primeira coisa que me ocorre quando olho para uma camisola como a de Cosme Damião é a de que ela se encontra despida. Despida de tudo o que veste hoje uma camisola de futebol. Despida do emblema. Despida do número. Do nome. De todo e qualquer signo mercantil. Despida, tal como veio ao mundo em 'mil novecentos e troca o passo'. Simplesmente, despida. Mas toda vestida de alma!
Tenho de admitir que as camisolas modernas trouxeram o conforto, eliminando problemas como a 'sauna' e a 'esponja', mas, ainda que respeite outras ideias e compreenda as exigências da indústria futebolística, confesso que gostaria de ver jogar o Benfica sempre de vermelho e sem reclames, bem como gostaria que se (re)adoptasse exclusivamente o branco para o alternativo. As nossas cores, criteriosamente escolhidas por Cruz Viegas em 1904, foram eleitas por serem 'as que melhor se fixam na retina dos jogadores nos ardores da luta'. Em resumo, as nossas cores vestem a nossa identidade.

Passa-se com as botas mais ou menos a mesma coisa. As clássicas, de cor preta, têm gradualmente vindo a ser substituídas por um arco-íris esquisito, que vai do branco à 'cor-de-burro-quando-foge'. Hoje, os jogadores trocam de botas a toda a hora, ao invés de antigamente, quando eram as botas que trocavam de jogador. As do tempo em que nasceu o Benfica eram dispendiosas, de execução complexa, mas feitas para durar uma vida! Só para se ter uma ideia, o antigo guarda-redes Inglês John Robinson, contemporâneo de Cosme, chegou a fazer mais de 400 jogos, durante oito épocas consecutivas, com o mesmo par! Quando as arrumou, garantiu que estavam em condições de realizar outros tantos.
É, todavia, preciso dizer que estrear umas botas naquele tempo era o mesmo que ter ferrada nos pés uma matilha de cães raivosos. Na literatura técnica do futebol de então constavam avisos como: 'Nunca entres em campo com um par de botas novo!' Sugeria-se que se retirassem os pitons e se utilizassem como calçado normal, se possível em condições atmosféricas adversas e terrenos acidentados. Só depois e que estariam em plena forma.
Quem não esteve para se arreliar com isso foi a selecção de futebol da Índia, que, em 1950, disputou descalça toda a fase de apuramento para o Mundial, no Brasil. Quando tocou a reunir no país da ordem e do progresso, veio a FIFA e estipulou imediatamente a autocracia da bota, colocando em situação condicional o povo de Ghandi:
'Se querem sambar, tratem de vestir os pezinhos'. Ai é? Fiel ao princípio da autodeterminação desportiva, a Índia fincou mais do que nunca os pés no chão e decidiu preservar a sua ideia romântica de futebol com alma.
Mais ou menos a mesma que sustentou o sonho de Cosme e de todos aqueles que o acompanharam no tempo da baliza e do balde de cal às costas. Mais ou menos a mesma que fez de um clube humilde e descalço o mais português de Portugal."

Luís Lapão, in Mística